Conforme vai evoluindo a especificação da nova versão do HTML - de número 5, a primeira alteração em 10 anos - mais análises sobre seu impacto vão sendo feitas e mais desdobramentos são revelados.
A análise mais interessante saiu em junho. Especialistas publicaram que os recursos que estão sendo incorporados ao HTML 5 tem um potencial grande de tornar obsoletas as ferramenteas atuais de desenvolvimento de aplicações RIA (Rich Internet Applications). Como o HTML 5 está sendo modelado visando a criação de aplicações Web mais ricas, incluindo maior flexibilidade no controle da aparência das páginas (com o novo Canvas e novas propriedades de posicionamento) e mais simplicidade na inclusão de áudio e vídeo, aplicações feitas com padrões proprietários tenderiam a desaparecer. Veja matéria sobre esse assunto na InfoWorld (em inglês) e na IDG Now! (em português).
Embora esses novos recursos do HTML 5 permitam reproduzir nativamente o comportamento e os efeitos obtidos com ferramentas como o Flash e o Silverlight, talvez ainda demore um bocado para que sejam efetivamente abandonadas. Primeiro, por causa do mercado: é fácil encontrar desenvolvedores com know-how nessas ferramentas pois há muita gente que trabalha com elas e que gosta delas, enquanto em HTML 5 ainda há alguns poucos. Depois, porque há muita coisa boa já em funcionamento, principalmente com Flash, e reescrever aplicações custa e tem seus riscos.
Apesar disso, usar uma tecnologia que é padrão - como será o HTML 5 - é melhor do que usuar tecnologias proprietárias já que nesse caso se está nas mãos de um único fabricante. O quê fazer se ele descontinuar a tecnologia ou modificá-la sensivelmente ou, pior, se o fabricante sumir do mercado? Com um padrão dentro do próprio browser torna-se menos arriscado apostar na tecnologia, além do fato de não ser preciso instalar outros softwares (plugins), bastando ter o browser.
O fato é que a batalha por ter um padrão ainda não está ganha. Esta semana saiu na InfoWorld uma notícia sobre a disputa em torno de qual o padrão de codificação - o codec - deve ser usado para áudio e qual o de video na especificação do HTML 5 (veja aqui, em inglês). Os principais fabricantes de browsers não conseguiram chegar a um acordo a este respeito e o editor responsável pela especificação W3C do HTML 5, Ian Hickson, decidiu não incluir recomendação de um codec específico para áudio nem para vídeo. Na prática, cada fabricante está livre para implementar o codec que achar mais conveniente. Ou seja, provavelmente ainda teremos que ter uma porção de plugins instalados no browser ...
Um outro ponto que estava causando alguma confusão é que o W3C tem um grupo paralelo trabalhando na especificação do XHTML 2, uma versão XML do HTML. A versão 2 estava sendo preparada para oferecer recursos de internacionalização e capacidade para executar em sistemas móveis. Visando aumentar os recursos disponíveis na confecção do HTML 5 e minimizar a confusão, a W3C anunciou esta semana que descontinuará o desenvolvimento do XHTML 2.
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