Desde que foram anunciados os novos recursos que seriam incorporados ao padrão do HTML na sua versão 5, vem aumentando o calor da discussão a respeito de tecnologias para criação de aplicações ricas para Internet (RIA), notadamente o Adobe Flash devido a sua ampla utilização.
O que antes era apenas uma questão de percepção dos especialistas ganhou peso de guerra declarada em abril, quando a Apple modificou o acordo de licenciamento para desenvolvedores de aplicações do IPhone 4.0, incluindo termos que na prática proibem o desenvolvimento em Flash nesse ambiente. Antes desse evento, a Apple já sinalizava descontentamento com o Flash ao não implementá-lo nos navegadores de seus gadgets (IPhones, IPods e o recente IPad).
Algumas das alegações da Apple fazem bastante sentido, como o fato do Flash não ter sido projetado para equipamentos touch screen, cada vez mais comuns hoje. A principal queixa, no entanto, é de que se trata de uma tecnologia proprietária - apesar da Apple não ficar atrás quando o assunto é tecnologia proprietária - e que a internet deveria ser território dominado por padrões abertos (HTML, CSS e JavaScript, por exemplo). Veja aqui reportagem da MacWorld sobre a carta aberta publicada por Steve Jobs.
E a Apple não está sozinha. A Microsoft (que tem um concorrente do Flash, o Silverlight) fez coro com as opiniões da Apple, afirmando que o futuro da internet está no HTML5 e que o Flash é parte da cultura da rede hoje mas não terá necessariamente o mesmo espaço no futuro (veja aqui). Outros fabricantes também estão se posicionando, dando seu apoio ao HTML5 de uma forma ou outra, como é o caso do Scridbd, uma rede social de leitura (aqui).
A Adobe, no entanto, continua acreditando firmemente em sua tecnologia. Além de defendê-la rebatendo as críticas da Apple, a Adobe anunciou que abandonaria o desenvolvimento de uma ferramenta que permitiria aos aparelhos da Apple executarem animações em Flash. Eles também vêm desde o começo do ano lançando novas versões de seus produtos baseados em Flash, como é o caso do Flash Builder 4 lançado em março desse ano. É uma ferramenta visual para desenvolver aplicações ricas para internet usando o Flash; veja uma avaliação da ferramenta neste link (em inglês).
Outra ferramenta, essa voltada para designers, é o Flash Catalyst CS5, no mercado desde abril. Ela proporciona aos designers criarem interfaces gráficas para aplicações Web e projetarem interatividade sem que seja necessário escrever código de programação. Mais informações podem ser encontradas aqui.
Como já disse em outra ocasião, pode até ser que o Flash venha a cair mas isso deve demorar um bocado para acontecer visto que há muitos desenvolvedores que dominam e gostam dele. Também há ainda muita coisa boa feita com essa tecnologia - vídeos, infográficos, animações, aplicações, jogos, etc. - e abandonar isso ou reescrevê-las com outra linguagem custa e leva tempo.
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